sábado, 19 de dezembro de 2009

ANALISE PARTE 1

O Quinto Livro de Moisés Chamado

Deuteronômio

Análise

O nome do livro de Deuteronômio ou “ Segunda Lei” sugere sua natureza e propósito. Situada apropriadamente em nossas Bíblias como o último dos cinco livros de Moisés, sumaria e põe em foco a mensagem incluída nos quatro livros anteriores. Isso não significa que se trata de mera repetição do que é dito previamente. O livro de Deuteronômio, é verdade, focaliza os acontecimentos ventilados anteriormente, particularmente nos livros de Êxodo e Números. Porém, ultrapassa esses registros devido ao fato que tanto os interpreta como os adapta.

Por todas as páginas do livro, os acontecimentos historiados estão prenhes de significado. Moisés nos fornece bastante material histórico; mas em quase todos os casos ele relaciona os acontecimentos à lição espiritual que os mesmos sublinham. Ele toma a legislação que o Senhor dera a Israel quase quarenta anos antes, e a adapta às condições da vida fixa na terra onde Israel em breve haveria de entrar.

Quando o livro foi escrito, a nação de Israel se encontrava na terra de Moabe, a leste do rio Jordão e do mar Morto. Antes disso, Israel havia fracassado, por falta de fé, e não entrou na Palestina. Agora, trinta e oito anos depois, Moisés reúne todo o povo e procura infundir a fé que os capacitaria a prosseguir obedientemente. À frente deles estendia-se a sua herança. Os perigos, visíveis e invisíveis, também jaziam à frente. Mas com eles estava o seu Deus, ao qual vieram a conhecer melhor durante a experiência que tiveram na península do Sinais, com suas rudezas e desolação.

Moisés percebeu, e corretamente, que os principais perigos que teriam de enfrentar estavam na área de sua vida espiritual; por conseguinte, o cerne primário de sua mensagem é espiritual. O Senhor, seu Deus, é Um; Ele é que os livrou da servidão. Ele lhes deu a lei. Entrara em relação de aliança com eles. São Seu povo. Ele exige devoção e adoração exclusivas. Seus caminhos já eram conhecidos por eles. Através de longa experiência, Israel havia aprendido que o Senhor honra a obediência e pune a transgressão. Ora, em um novo sentido Israel estava no que era seu, sob o Senhor e em novo lar.

O livro cobre a gama inteira das perguntas que se derivavam dessa nova fase de existência de Israel. Sua atitude para com o Senhor é, naturalmente, o problema principal. Moisés, com todo o zelo de que era capaz, conclama Israel para que confie no Senhor de todo o coração, e parta que faça de Sua lei o impulso contínuo de sua vida. Essa lei, caso observada, lhe infundiria uma nova vida, fazendo daquela nação um povo distinto entre as nações. Seguir-se-iam bênçãos, e as nações reconheceriam que o seu Deus é o Senhor. Mas, se Israel seguisse o caminho das nações ao seu derredor, e se esquecesse de seu Deus, então seria alcançada por aflições, e finalmente seria espalhada entre as nações.

Por todo o livro, a ênfase recai sobre a fé acompanhada pela obediência. Em um sentido bem real, essa é a sua nota-cheve.

Autor

Por todo o livro de Deuteronômio, Moises é declarado como autor dos discursos que compõem a maior parte da obra. É óbvio que o relato sobre sua morte, que aparece

ANÉLISE PARTE 2

no fim do livro, é obra de algum outro escritor, bem provavelmente Josué. Assim sendo, é de todo apropriado, dizer-se que Deuteronômio é o quinto, livro de Moisés.

MEDITAÇÃO NO LIVRO DE DEUTERONOMIO

MEDITAÇÕES NO LIVRO DE DEUTERONÔMIO


Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas a bênçãos espirituais nos lugares celestiais, em Cristo Jesus

(Efésios 1:3; 2:6).

Leia Deuteronômio1:1-18

O último livro de Moisés, Deuteronômio, em parte repete as histórias e ensinamentos dos livros precedentes. Tenso chegado ao final se sua vida, o líder fiel relata de novo para Israel os eventos no deserto e as suas lições para o benefício de uma nova geração. Todos os homens que saíram do Egito pereceram no deserto, por isso é necessário advertir e ensinar a geração jovem. Com isto em mente a leitura de Deuteronômio será particularmente benéfica para crentes jovens. Como se os estimulassem a não perder tempo precioso, o livro começa com um eloqüente contraste. De acordo com o versículo 2, onze dias teriam sido suficiente para conduzir o povo de Horebe até Canaã. Contudo, levou quarenta anos (v. 3)! Muitos de nós lamentavelmente recordamos ter perdido muitos anos. Você certamente não precisa esperar até a maturidade ou a velhice para ser capaz de entrar, pela fé na posse plena dos “lugares celestiais”. O Espírito Santo quer ensinar-nos as verdades e princípios desde o início de nossa vida cristã.

Os versículos 13-18 nos lembram da triste tendência que temos de contender entre nós mesmos “pelo caminho” (Gênesis 45:24) e das medidas que o Senhor é obrigado a tomar desde os primeiros passos de Seu povo no deserto.

COMENTÁRIOS

Cap 1-4 Esta seção aborda primariamente o primeiro discurso de Moisés, na qual ele apresenta um retrospecto histórico sobre a orientação dada pelo Senhor (1.6-3.29) e uma exortação para que o povo fosse obediente.

Cap 1 Há uma introdução ao livro (1-5), seguida pelo retrospecto de Moisés a cerca da orientação dada pelo Senhor desde Horebe até Cades (6.46).

1.1 Palavras que Moisés falou. Esta é a primeira de diversas observações que mostram que as palavras foram, originalmente, proferidas oralmente; depois é que foram escritas (17.18; 3.9). Dalém do Jordão. A referência aqui é à margem oriental do rio.

1.3 No ano quadragésimo. Era um período de transição. Deuteronômio é obra que “assinala” a transição para uma nova geração, para uma nova possessão, para uma nova experiência (novo modo de vida), e para uma nova revelação de Deus – a revelação de Seu amor (7.8, etc).

1.5 Lei. Essa palavra pode ser usada para abarcar o escopo inteiro da revelação divina. No presente caso refere-se aos discursos que se seguem e, em Deuteronômio de um modo geral, a toda ou parte da doutrina ensinada por Moisés. Neste livro, encontra-se apenas no singular, aprova que se trata de um todo único e não de uma simples coleção. Com o decorrer dos tempos foi a palavra generalizada para indicar o Pentateuco (Ed 7.6; Mt 12.5) ou mesmo todo o antigo Testamento (João 10:34; 15.25).

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1.6 Tempo bastante. Os anos durante os quais vaguearam foram anos de disciplina. Deus sabe exatamente de que disciplina carecemos, que dificuldades devemos suportar e quanto podem resistir. Seu propósito é conduzir-nos da aflição para o descanso e a paz.

1.7 Desde tempos remotos, a Palestina era conhecida como terra de Canaã e seus habitantes como cananeus (Gn 10.19; 12.6). Os amorreus penetraram em Canaã vindos do norte, e se estabeleceram na região montanhosa de ambos os lados do Jordão. Aqui a palavra ‘cananeus’ refere-se aos que viviam na planície.

1.8 Com juramento, cf Hb 6.12-20.

1.16 Os estrangeiros. A palavra hebraica usada é ger. Na organização política de Israel destacavam-se quatro classes: os descendentes dos patriarcas, incluindo os “anciãos” e “príncipes”; os “estrangeiros” (no heb, ger), quando, provenientes de outras nações, passavam a residir entre o povo eleito; os “peregrinos” (no heb toshab), geralmente provenientes dos povos conquistados; e, finalmente, os “servos”, que podiam ser comprados ou nasceram na casa. Além destes, contavam-se ainda os “estrangeiros” (no heb nokhrt, cf 17.15) que só temporariamente habitavam entre os israelitas, para comércio ou outros negócios. Seja como for, o estrangeiro devia ser tratado como um irmão. O cuidado por todos aqueles cuja posição podia ter sido motivo de humilhação é uma das características mais acentuadas do Deuteronômio. Que contrasta entre os códigos do Egito e da Babilônia.


Texto áureo: Porque também a nós foram pregadas as boas-novas, como a eles, mas a palavra da pregação nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram.

(Hebreus 4:2).

Leia Deuteronômio 1: 19-28.

De Horebe, o ponto da partida, Israel se dirige rumo a Canaã, através do “grande e terrível deserto”. E novamente a cena sombria de Cades-Barnéia está diante de nossos olhos. Aprendemos aqui que a pedido do povo os homens foram enviados a explorar a terra (v.22), algo que Números 13 não deixa claro. A raiz do problema jaz na falta de confiança no Senhor. Eles sentem a necessidade de ter certeza. E, quando agimos dessa forma,
”pela vista” e não “pela fé”, o inimigo é perspicaz em colocar obstáculos aparentemente intransponíveis diante de nós com o intuito de nos fazer retroceder (v.28).

Como resultado da descrença deles, todos daquela geração morreram no deserto, exceção de Josué e Calebe. A epistola aos Hebreus faz uso deste solene exemplo para advertir a todos os que endurecem seu coração quando ouvem a Palavra de Deus. Essa Palavra não é proveitosa quando não é “acompanhada pela fé” ( Hebreus 4:2).

“Tem o Senhor contra nós ódio” ( V.27), queixou-se o miserável povo. Qual é a característica mais triste da descrença? É o fato de que é capaz de lançar dúvida sobre um amor que foi comprovado definitivamente, o amor de um Deus que não poupou o Seu próprio Filho da cruz (Romanos 8:31-32).

COMENTÁRIOS

1.21 Sobre, possui-a. As Escrituras sempre nos encorajam a “possuir”. Muitos crentes Muitos crentes vivem na pobreza espiritual e na derrota porque deixam de se apossar de

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tudo quanto Deus preparou para uma vida vitoriosa. Não temas. O temor ao Senhor tudo quanto Deus preparou para uma vida vitoriosa. Não temas. O temor ao Senhor deveria dissipar o deveria dissipar l temor do homem (3.2,22; 20.3,4; 31.6,8).

1.25 É terra boa que nos dá o Senhor. O fato de que a terra era uma dádiva de Deus permeia o livro inteiro e é parte essencial de sua mensagem. Respeitar-se-ão, todavia, as antigas fronteiras (19.14) e a santidade do lugar (21.23), mas não serão esquecidas as promessas da vitória (27.2.3), as bênçãos (15.4), e mesmo avisos de vários gêneros (28.52).

1.28 Maior e mais alto. Os inimigos do povo de Deus eram poderosos. Cf Ef 6.12. Mas Deus não quer que Seu povo lute contra o inimigo apenas com suas próprias forças. Fortificadas até aos céus. Escavações recentes anteriores ao período mosaico, fortificadas com altas muralhas, as quais davam acesso uma única entrada construída em declive.


Texto áureo: Como um pai se compadece de seus filhos assim o SENHOR se compadece daqueles que o temem

(Salmo 103:13).

Leia Deuteronômios 1:29-46.

O deserto era grande e terrível. Mas como Israel o atravessou? Nos braços do Senhor (v. 31). À declaração que expressa profunda ingratidão do Povo: “Tem o SENHOR contra nós ódio; por isso, nos tirou da terra do Egito” (v.27), ouçamos somo Deus responde pela boca de Moisés; “O SENHOR vosso Deus, nele [no deserto] vos levou, como um homem leva a seu filho” (v. 31). Que ternura nessa comparação! O texto de Atos 13:18 completa: “E suportou-lhes, como uma mãe, os maus costumes por cerca de quarenta anos no deserto”. O poderoso amor de um pai, a profunda ternura de uma mãe; Deus que ser tudo para os Seus ( veja Salmo 103:13; Isaías 66:13)! O que um amor como esse exige em contrapartida? Nada além de completa confiança, tal como uma criancinha demonstra ao se permitir ser carregada nos braços dos pais.

Outra prova da fidelidade do Senhor foi o modo pelo qual Ele abrira o caminho para o Seu povo, explorando lugares e depois guiando-os de um lugar de descanso a outro (V.33). Enviar os espias (v.22) não representa desconfiança e dúvida de Seu terno cuidado?

Os temores da descrença foram substituídos por um ar de leviandade e presunção – uma atitude que inevitavelmente conduziria à derrota diante do inimigo e que, subseqüentemente, fez com que vertessem lágrimas de amargura (v. 45).

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PAC. 4

1.32 Nem por isso creste. O pecado que expulsou Israel de Canaã (hb 3.19) e que expulsa o pecador do céu (Jo 3.18,36) é a incredulidade. É um pecado contra o remédio para o pecado.

1.37 Contra mim se indignou. Os juízos de Deus são imparciais. O incidente é mencionado aqui porque suas conseqüências foram a exclusão de Moisés de Canaã, juntamente com a expulsão da geração mais antiga (cf 5.35 e 35.10n.).

1.38 Josué...entrará. No anúncio do julgamento houve também a manifestação da misericórdia de Deus. Calebe (36) e Josué haveriam de ser poupados, como também toda a segunda geração de Israel (38,39).

1.45 Não nos ouviu. O Senhor não aceita nem atende os que se aproximam dEle na incredulidade.

1.46 Muitos dias. As tristes conseqüências da incredulidade: quarenta anos no deserto, quando poderiam ter chegado ao seu destino em onze dias (2)! * N. Hom. Pecados graves que devem ser evitados: 1) A desobediência e a rebeldia contra Deus (26); 2) Acusar a Deus de ter errado (27); 3) A incredulidade (32). * N. Hom. Características do servo fiel de Deus: 1) Desejo de ver o povo experimentar as bênçãos de Deus (11); 2) Cuidados para que todos sejam tratados com eqüidade (17); 3) confiança que o Senhor suprirá as necessidades do povo (29,30); 4) Franqueza ao apresentar ao povo os pecados deste (32) * N. Hom. Pecados que levam à derrota certa: 1) Confissão sem arrependimento autêntico (41ª); 2) Presunção sob o disfarce de zelo (41b, 43b); 3) Esforço sem auxílio divino (42, 43).


Texto áureo: Eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos.

(Mateus 28:20).

Leia Deuteronômio 2:1-13.

O Senhor Jesus, o verdadeiro Moisés deseja que lembremos do deserto não apenas como um lugar onde cometemos muitos erros graves (1:32-46), mas que nos recordemos de Sua incansável bondade e paciência durante toda a jornada. “O SENHOR, teu Deus, esteve contigo; coisa nenhuma te faltou”, afirmou Moisés ao povo (v7). “Faltou-vos por ventura, alguma coisa?” perguntou Jesus a Seus discípulos ao deixá-los: “Eles responderam: Nada” (Lucas 22:35). É desta forma que a presença do Senhor conosco todos os dias segundo a Sua promessa fiel (Mateus 28:20), é uma garantia de que Ele conhece nossas necessidades e fará provisão para elas segundo os Seus ilimitados recursos. “O SENHOR... sabe que andas por este grande deserto; estes quarenta anos...” (deuteronômios 2:8) O Senhor mede a extensão do deserto e o tempo que leva para atravessá-lo. E o que Ele dá é em proporção à necessidade.

Chega o momento quando voz divina é ouvida: “Tendes já rodeado bastante esta montanha” (v3).

Meus queridos irmãos, em breve ouviremos o chamado do céu que dará um fim à nossa peregrinação: a familiar voz do Senhor Jesus nos convocando a encontrá-Lo “no ar”. Que alegria perspectiva!

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COMENTÁRIOS

CAP 2 Moisés prossegue em seu retrospecto histórico, abrangendo os acontecimentos desde que Israel partira de Cades até a sua vitória sobre Seom, rei de Hesbom.

2.1 Montanha de Seir. Os montes de Edom, dois quais o mais célebre era Seir, estendiam-se ao sul e ao oriente do Mar Morto.

2.4 Vossos Irmãos .Esaú, cujos descendentes eram os edomitas, era irmão de Jacó, antepassado dos filhos de Israel.

2,7 Ele sabe que andas. O verbo “saber”, heb yãda, tem um sentido muito íntimo e muito ativo. É o conhecimento de perto, é acompanhar com amor um assunto ou uma pessoa, adentrando-se pessoalmente na matéria. A expressão aqui transcrita quer dizer que Deus acompanhou o andar, a viagem dos israelitas, com a revelação dos Seus cuidados, guiado-os, suprindo em suas necessidades, e também disciplinado-os; enfim, foi um verdadeiro Pai para Seu povo, 1,31.

2.9 Moabe. Os moabitas e amonitas (19) descendiam de Ló (Gn 19.37,38). Esses aparentados, juntamente com os edomitas (4), não podiam ser combatidos pelos israelitas, exceto em defesa própria.

2. 10-12 Esses versículos, bem como 20-23, são observações parentéticas sobre a história antiga.

2.13 O ribeiro de Zerede. Assinalava a fronteira entre Edom e Moabe ao norte. Israel se desviou em direção do deserto moabita, aproximando-se assim das fronteiras de Amom, que ficava a leste e a norte de Moabe.


Texto áureo: Ouvi-me, ó casa de Jacó e todo o resíduo da casa de Israel; vós, a quem trouxe nos braços desde o ventre e levei desde a madre

(Isaías 46:3).

Leia Deuteronômio 2:14-25.

A longa peregrinação de Israel pelo deserto foi um justo castigo por causa de sua incredulidade. Havia, contudo, outra razão para a demora da viagem. Uma vez que Israel contava com valentes guerreiros, o povo estava em perigo de atribuir a conquista da terra a seu próprio poder. Portanto, trinta e oito anos foram necessários para geração de homens de guerra morre (v.14). João 5 nos conta a história do paralítico que foi curado por Jesus junto ao tanque chamado Betesda. Também foi na idade de trinta e oito anos que este infeliz havia de reconhecer que não existia nenhuma ajuda humana para ele e teve de admitir: “Senhor, não tenho ninguém...”, e foi então que Jesus o fez andar. Agora os adultos estão mortos e só permaneceram as crianças, de quem o povo dissera: “Por presa serão”; e são justamente elas que entrarão na terra (1.39). Levadas nos braços do senhor, elas são mais poderosas que todos os homens de guerra. Quando o poder do homem acaba, chega o momento de Deus mostrar o Seu poder (32:36). Ele havia preparado vitórias espantosas e diz ao povo: “Levantai-vos, e parti, e passai o ribeiro de Amom... começa a possuí-la e contendes com eles em peleja” (v. 24). O Senhor cuida de tudo mais.

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2.14 Trinta e oito anos. Os quarenta anos no deserto incluem também o primeiro ano desde a travessia do mar Vermelho até a partida do Sinai e o ano gasto na conquista dos territórios a leste do rio Jordão.

2.20 Refains. Uma tribo antiga que vivia na Palestina antes da chegada dos edomitas, amonitas e moabitasa (que eram tribos descendentes de Abraão), que já se menciona durante a permanência da Abraão na região do mar Morto, Gn 14.5. Recebiam nomes, diferentes em várias localidades, como zuzins, emins e enaquins, e eram de estatura extraordinária. É possível que refains significasse “super-homens”. Enaquins (2.11) pode ser interpretado como ‘gigantes”; a tradução de emins (2:11) pode ser “seres que amedrontam”; os zuzins, zanzins têm um nome que talvez significasse “mormuradores”. Um dos reis desta raça se descreve em 3.11. Só um cumprimento milagroso das promessas deitas por Deus a Abraão, poderia ter permitido que seus descendentes possuíssem os territórios dos gigantes, quando a Descendência Escolhida, Irael, ainda estava na escravidão, no Egito.

2.24 Seon. Esse rei governava desde o rio Armom até o rio Jaboque (2. 36 cf Nm 21.24). Passa a possuí-la: Deus dissera a Abraão, muito antes, que os israelitas passariam quatrocentos anos em terra estrangeira (Egito). Durante este tempo, a iniqüidade dos amorreus, habitantes de Canaã, deveria ter se desenvolvido até alcançar sei potencial máximo (Gn 15. 13-16). Chegara o tempo. Com a propagação do amorreus para o outro lado do Jordão, houve uma extensão correspondente do território que Israel começasse a apossar-se da terra.

2.25 O medo de ti. Quanto ao novo passo para diante, que Israel tomaria, o Senhor os encorajou especialmente. Cf v 31 e 11.25.


Texto áureo: Revesti-vos, pois, como eleitos de deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longaminidade, suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos uns aos outros... assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também

(Colossenses 3:12-13).

Leia Deuteronômio 2: 26-37

Lá em Gênesis 15:16 ouvimos o Senhor explicando a Abraão acerca da iniqüidade das nações de Canaã (veja também 9:5). Contudo, “não se encheu ainda a medida” dela. Levou quatrocentos anos paras que esse mal se desenvolvesse. Quão grande é a longaminidade de deus! E pensar que Ele tem tolerado em mundo que crucificou Seu Filho já há dois mil anos!

Essas nações de ambos os lados do Jordão ouviram acerca de tudo o que o Senhor tinha feito por Israel. Apesar disso, elas não se arrependeram. Por essa razão, o juízo tinha de acontecer a ninguém deveria se poupado. Os filhos também pereceriam. Como sabemos, uma criança que morre vai para o céu. E essas crianças eram salvas de um destino muito pior que a morte. Não seria certo pensar que, quando crescessem, elas seguiriam as pegadas criminosas de seus pais, as conduziriam à condenação?

Essas nações eram inimigas do Senhor e o povo tinha de destruí-las por causa da glória de Deus. O cristão, ao contrário de Israel, nunca é chamado a lutar contra os homens

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Em contrate, o que o cristão deve imitar aqui é a mansidão com a qual Israel apresenta seu testemunho (vv.27-29).

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2,28,29 O rei de Edom se recusara a deixar Israel atravessar o seu pais. Mas quando os israelitas circundaram Edom, o povo da área, evidentemente, se dispôs a vender-lhes provisões.

2.30 Endurecera o seu espírito. A hostilidade de Seom (Nm 21.23) fazia parte do propósito divino. Mas isso não significa que haja qualquer incoerência entre a liberdade humana e a sabedoria de Deus. Ver nota em 29.4, cf Ex 7.1-5 (notas).

2.33 Derrotamos a ele. Há notável paralelo entre a derrota de Seom e a de Faraó, no Êxodo. Ambos requeridos a prestar um favor a Israel. Ambos se mostraram hostis a Israel. Ambos foram derrotados porque o Senhor combateu em favor de Seu povo. * N.Hom. Relação de Deus com Seu povo (vista nos caps 2 e 3): 1) Ele instrui (2.3.37). 2) Ele cuida d suas necessidades (2.7). 3) Ele os encoraja (3.2,28). 4) Ele manifesta Seu poder em favor deles (2.25,33; 3.22).


Texto áureo: [Disse Jesus:] Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize

(João 14:27).

Leia Deuteronômio 3:1-17.

Quando o inimigo sai ao encontro do povo, o Senhor começa encorajando e tranqüilizando Moisés: “Não temas” (v.2). Então a vitória é alcançada: “Ferimo-lo, até que lhe não ficou nenhum sobrevivente... Destruímo-las totalmente... Tomamos... esta terra em possessão...” (vv.3,6 e 12). As cidades que eram grandes e fortificadas até aos céus (1:28) tinham dado a impressão de inconqu8istáveis ao descrente Israel. Moisés agora proclama: “Nenhuma cidade houve alta demais para nós”(2.36). E os gigantes que os tinham aterrorizado? Deus recorda mais tarde: “Todavia, eu destruí diante deles o amorreu, cuja altura era como a dos cedros, e que era forte como os carvalhos” (Amós 2:9). Ogue, o rei de Basdã, um dos terríveis gigantes, fora entregue, juntamente com todo o seu povo, nas mãos de Israel, exatamente como tinha sido Seom. Deus demonstrou assim Seu poder e o usou para beneficiar Seu povo. Um pensamento apropriado para nos encorajar sempre que o poder do inimigo ameaçar nos amedrontar! “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo”, declara João em sua primeira epístola. “e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé (5:4). Ela é triunfante por descansar nAquele que é mais forte que o mundo. “Tende bom ânimo”, nos diz o Senhor Jesus, “eu venci o mundo” (João 16:33).

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Cap 3 Moisés relata a batalha contra Ogue, rei de Basã, e a distribuição do território às tribos e meia. Seu retrospecto histórico conclui com Israel situada defronte de Bete-Peor, nas planícies de Moabe.

3.1 Oge, rei de Basã. Govenava do rio Jaboque, sobre o norte de Gileade e Basã, até o monte Hemom (8-10,13;Js 12.5).

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3.3 Ferimo-lo. A derrota de Seom e a de Ogue desmentiram aos temores incrédulos de Israel, de quarenta anos para trás. Cf 1.28 com 2.36 e 3.4-6.

3.11 Leito de ferro. Não se sabe exatamente o significado dessa expressão, e em especial o sentido da palavra “leito”, (heb ‘eres’, “leito”, “divã”, ou “sarcófago”). Um explorador chamado Capitão Condor, recentemente, o identificou com um trono de pedra por ele descoberto na encosta de Rabá, com as dimensões indicadas pela Bíblia.

3.12-17 As tribos de Rúben e Gade receberam o território de Seon, desde o rio Jaboque, ao sul de Gileade, até o rio Armom. Atribo de Gade se localizou ao norte de Rúben, com sua fronteira imediatamente acima do mar Morto. Gade também recebeu o vale do Jordão até o mar da Galiléia, Cf Js 13.15-28. Moisés também registrou os triunfos obtidos no norte pelas famílias pertencentes à tribo de Manasses. À essa meia tribo de Manasses foi dado o território de Ogue.

3.12 Topmamos... nesse tempo. Moisés não pôde entras em Canaã, mas teve o privilégio de ver o começo da conquista sob sua liderança, e também a distribuição do território entre as tribos (Nm 32). Excetuando-se a cerimônia do pacto, a conquista e distribuição da terra a leste do Jordão pôs fim Pa obra de Moisés.

3.14 Filhos de Manasses. A palavra “Filhos”é freqüentemente usada para se referir a qualquer descendente.

3.17 Quinerete. O mar da Galiléia.


Texto áureo: [Declarou Jesus:] Porque onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração.

(Lucas 12:34).

Leia Deuteronômio 3:18-29.

Algumas pessoas lamentam durante toda a vida não se terem aplicado como deviam nos anos em que freqüentaram a escola. E os pais, que nem sempre são ouvidos, advertem seus filhos que ninguém pode esforçar-se pelo outro e que estudos medíocres nos fazem correr o risco de sermos penalizados com uma carreira medíocre; todo o futuro está em jogo. Não é a mesma coisa com os cristãos? A exceção é quer toda a vida deles é composta por períodos de aprendizado. Se na vida cristã terrena alguém for um aluno preguiçoso (2 Coríntios 5:9) se não enxergar muito adiante (e não só o que está perto), sua entrada na glória celestial não será ricamente abençoada (“Amplamente suprida!); el sofrerá perda eterna (2 Pedro 1: 9, 11). Os filhos de Rúben e Gade nos instruem neste sentido. Foram os primeiros a tomar posse da herança deles, mas isso não quer dizer que ficaram com a melhor fração. Exatamente o contrário! É além do Jordão que estão a “boa terra” e “esta boa região montanhosa” (v.24). Moisés sabia disto muito bem. Que contraste entre o amado líder cujo coração estava além do Jordão, mas foi impedido de entrar, e estas duas tribos e meia que poderiam ter entrado em Canaã, mas não tinham o mínimo desejo de faze-lo! E o seu coração, caro amigo, onde está assentado? Nos lugares celestiais com o Senhor Jesus ou na terra com suas coisas visíveis que são temporais? (Lucas 12:34).

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3.18 Vos ordenei. Refere-se particularmente às duas tribos e meia que já haviam recebido sua herança. Tinham de cumprir sua responsabilidade na conquista de Canaã, cf. 33.21.

3.20 Descanso. Uma das principais bênçãos que Israel desfrutaria em Canaã. Esse descanso foi experimentado durante o reinado de Salomão (1 Rs 5.4), mas um mais rico cumprimento dessa promessa será desfrutar em Jesus Cristo (Ma 11.28; Hb 4.0-11).

3.24 Que deus há nos céus. Isso não indica qualquer crença na existência real de deuses falsos. * N. Hom. Encorajamento divino: 1) Necessidade de encorajamento para o conflito.(1); 2) Base do encorajamento: A promessa de Deus (2ª,18), e o fato da fidelidade passada de Deus (2b, 21). Cf 20.4.


Texto áureo: Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; e, se alguém tirar quais quer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida e da cidade Santa, que estão escritas neste livro

( Apocalipse 22:18-19).

Leia Deuteronômio 4:1-13.

Um caso solitário de desobediência impediu Moisés de entrar na boa terra prometida pelo Senhor. Ele está, por isso, em posição melhor do que qualquer um para exortar o povo a obedecer aos mandamentos do Senhor,” para que entreis, e possuais a terá”, diz ele (v.1). É como se ele lhes estivesse dizendo: “Não deixem que o aconteceu comigo aconteça com vocês também; ouçam e cumpram os mandamentos do Senhor devidamente!”. “ Porque isto será a vossa sabedoria e o vosso entendimento”, insiste o homem de Deus (v6). Ao obedecer a vontade de Deus, colocamos a nossa de lado e damos lugar à sabedoria que é do alto e que substitui a nossa própria (Tiago 3:17). Portanto, guardar a Palavra significa também guardar “bem a tua alma” (v.9).

A autoridade desta Palavra divina é confirmada. Moisés lembra as circunstâncias e a solenidade sob as quais ela foi comunicada.

“Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela” (v.2). Muitas pessoas que se autodenominam cristãs acrescentam à

Escrituras tradições, superstições e pontos de vista humanos. Outras arrancam paginas que lhes incomodam ou que lhe são incompreensíveis. Ambas são igualmente culpadas (veja Apocalipse 22: 18,19).

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Cap 4 Moisés encerra seu primeiro discurso com uma exortação à obediência (1-40); é feita uma observação sobre a separação das três cidades de refúgio (41-43); depois vem a introdução do segundo discurso de Moisés (44-49).

4.1,2 Estatutos... juízos... mandamentos. Essas palavras, bem como testemunhos (45), descrevem a lei em seus vários aspectos. Veja a nota de 26.16-19.

4.1 Para que vivais. Apalavra de Deus é o “pão da vida” e Suas palavras apontam o caminho da vida eterna, c f 8.3; Mt 19.17; Jo 6.63.

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4.2 Nada acrescentareis...nem diminuireis. Há uma clara distinção entre a palavra de Deus e a palavra do homem, cf Mt 5.17-19; 15.6; Ap 22.18,19. Muitas divisões e heresias na cristandade têm se originado daqueles que consideram as tradições humanas ou as chamadas “revelações” verdades divinas. Outras heresias têm surgido daqueles que solapam a revelação bíblica, ao negarem a autoridade e a inspiração divinas (cf nota sobre 13.2).

4.5 No meio da terra. A lei visava primariamente a Israel. Seu cerimonial e regulamentos judaicos eram para ser usados por uma nação na terra, até que fosse feita a revelação posterior, quando Cristo viesse. (Cf nota sobre 5.16.)

4.8 Toda esta lei. A revelação da lei mosaica para o crente pode ser resumida como segue: “Primeiramente”, essa lei contém certos elementos transitórios, a que não se obrigam os cristãos (4.5n). em segundo lugar, encerra princípios eternos de santidade, justiça e verdade, incluídos no decálogo e implícitos em toda a lei, que se impõe a todas as gerações de judeus e cristãos. A estes se refere a frase “está escrito” (Mt 4.10; 5.17; Rm 13.9; 1ª Pe 1.16). Em terceiro lugar, como parte da Bíblia inspirada, todo o livro foi escrito para nos instruir (Rm 15.4) e é muito “proveitoso” (2ª Tm 3.16). Finalmente, é sabido que Moisés escreveu acerca de Cristo (Jo 5.46; Dt 18.15 nota). Cristo, portanto, deve ser procurado nessas páginas, já que toda Lei tem o fim de nos conduzir a Ele (Gl 3.24).

4.9 Farás saber. È uma ênfase repetida, cf 6.7; 11.19; 24-8; 31.19.

4.13 Sua aliança. Essa é a primeira das vinte e sete ocorrências desse tema em Deuteronômio. A palavra é aqui usada para indicar o estabelecimento de uma relação, de um vinculo permanente entre os dois lados. Pelo pacto de Horebe, Deus tomou a Israel com Seu povo particular e Israel o tomou como seu Senhor (Ex 19.5,8, cf Is 42.6n.


Texto áureo: PORQUE BEM SABEIS ISTO: QUE NENHUM FORNICADOR, OU IMPURO, OU AVARENTO, O QUAL É IDÓLATRA, TEM HERANÇA NO REINO DE CRISTO E DE DEUS.

(Efésios 5:5).

Leia Deuteronômio 4: 14-28.

Estamos no centro das nações vizinhas, Israel devia destacar-se mediante a sua sabedoria e entendimento (4:6). Essa sabedoria e entendimento consistiam em conhecer, ouvir e ser submisso ao único e verdadeiro Deus. Essas nações fronteiriças estavam adorando a ídolos. Em conseqüência, tornaram-se “nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos e mudaram a glória de Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis” (Romanos 1:21-23). É contras esse terrível pecado da idolatria que Israel deveria guardar-se aqui. Hoje em dia, talvez menos um pouco nos deparamos com esta grave forma de idolatria. Contudo, o Novo
Testamento emprega este nome a outros pecados – avareza, por exemplo – e adverte solenemente que nenhum idólatra entrará no reino de Deus (efésios 5:5; 1 Coríntios 6:9-10).

Ao admoestar a Israel, Deus não lhe oculta o que acontecerá aos deuses pagãos. A Palavra de Deus nunca nos bajula ou nos engana quanto ao que o nosso coração natural é capaz de fazer.

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4.15 Aparência nenhuma vestes. Ninguém jamais viu a Deus Pai (Jo 1.18) Deus é espírito (Jo 4.24), é errado o homem tentar representa-lo materialmente para um auxílio à adoração. Quando o antigo Testamento se refere a manifestações visíveis de Deus, pode referir-se a um aparecimento do Cristo pré-encarnado. Um estudo cuidadoso de todas as referencias do Antigo Testamento ao “anjo do Senhor” parece indicar que assim sucede. Veja a nora de 2ª Cr 3.1.

4.19 O sol, a lua. Já no tempo de Abraão se erguiam grandiosos templos à lua, em Ur. No Egito, em Om (Heliópolis), prestava-se culto ao sol.

4.20 Povo de herança. Os crentes de hoje também são povo de uma herança (1ªPe 1.4), neste caso eterna.

4.24 Deus zeloso. A palavra hebraica qãnã, tanto pode significar “zeloso”, como “ciumento” aliás duas idéias que andam intimamente ligadas. O amor de Deus é muitas vezes comparado ao do marido que se dá sem reservas e que espera em troca um amor incondicional.

4. 27 Vos espalhará entre os povos. Israel é avisado que seriam exilados de sua herança como pena pela idolatria. Cf nota sobre 28.64.


Texto áureo: buscarás ao SENHOR, teu Deus, e o acharás, quando o buscares de todo o teu coração e de todo a tua alma. Quando estiveres em angústia e todas coisas te alcançarem, então... te virarás para o SENHOR, teu Deus, e ouvirás a sua voz. Portanto o SENHOR, teu Deus, é Deus misericordioso; e não te desamparará.

(Deuteronômio 4: 29:31).

Leia Deuteronômio 4: 29-49.

Embora a cristandade tenha uma responsabilidade muito maior, da mesma forma que Israel, não tem correspondido às expectativas. Desde a época dos apóstolos ele está em declínio. Porém, no meio desta decadência da igreja professa, Deus tem traçado um caminho para o crente que recebe a Sua aprovação: o da obediência individual. Observe que, quando se fala do declínio, o pronome é usado no plural: “vos” (vv. 25,28). Isso é o que é feito como responsabilidade de um grupo de pessoas. Mas, quando se trata do despertamento (vv. 29-31), o pronome é usado no singular: “teu/tua”. Cabe a cada pessoa ouvir esta voz a que é emitida pessoalmente ao individuo. Paulo fala a Timóteo desta forma acerca da desordem dos últimos dias em sua segunda epístola. Ele afirma, em outras palavras, que a cristandade como um todo nisso se transformou, e que Timóteo deveria permanecer nas coisas que aprendeu (2 Timóteo 3:14). Deus trata de avivar a nossa memória com essas coisas. “Por esta razão, sempre estarei pronto para trazer-vos lembrados acerca destas coisas, embora estejais certos da verdade já presente com vosco e nela confirmados...”, escreve Pedro, (Leia 2 Pedro 1:12-13;3:1-2.) Não fiquemos surpresos ao encontrar abundantes repetições na Bíblia. Em Deuteronômio depararemos com muitas, começando com apropria lei, repetida no capítulo 5 e que justifica o nome deste livro (Deuteronômio = a segunda lei).

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sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

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4.29 De lá. Não importando onde estiver, nem suas circunstâncias, qualquer um pode encontrar a Deus se realmente o Busca de todo o coração (Jo 4.23,24).
4.31 Aliança...teus pais. Embora Israel viesse a sofrer a pena máxima (27) por violar o pacto mosaico, Deus seria gracioso para com Israel, à base do pacto abraâmico anterior. Cf 30.20; Lv 26.33,42; Gn 15. * N.Hom O emprego de objetos matérias para adorar a Deus: 1) É incompatível com a natureza espiritual de Deus ( 15); 2) Conduz à adoração aos próprios objetos (19); 3) Pode levar a uma vida corrupta (16);, 4) Incorre na ira de Deus (25b -26).
4.34 Desde os princípios da existência humana, os homens foram desenvolvendo crenças e costumes religiosos, e, já no tempo de Moisés cada tribo e região tinha sua religião local, imutável, já havia séculos. Eram idéias humanas produzidas pelo fato de a própria natureza do universo proclamar muita coisa sobre Seu Criador, Sl 19.1. A idéia de Deus procurar deliberadamente um povo, resgatando-o com amor e poder, era desconhecida aos pagãos.
Texto áureo: amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiro, que vos abstenhais das concupiscências carnais, que combatem contra a alma.
(1Pedro 2:11).

Leia Deuteronômios 5:1-21.

Para Israel agora é uma questão de ouvir os estatutos e juízos do Senhor, “para que os aprendais e cuideis em os cumprirdes” (v.1). Esses são verbos significantes para cada um de nós em relação à Escritura com o um todo! A lei é naturalmente a mas importante de todas as instruções para Israel. Por um lado, ela revela a perfeição de Cristo que a cumpriu ao pé da letra e, por outro a maldade do homem, o qual é capaz de praticar tudo o que é proibido aqui (Leia 1 Timóteo 1:9). O fato de Deus ter sido obrigado a dizer: “Não matarás... Não furtarás” confirma que essas 9nnclinações para o mal estão dentro de nós. Eis por que a lei tem um caráter predominantemente negativo. A própria vida cristã também consiste em coisas das quais se abster e em coisas que nos são proibidas. O filho de Deus é exortado em 1 Pedro 1:14; 2:1 e 11 a não se amoldar às paixões, a se despojar de toda maldade e dolo, de hipocrisias e invejas... a se abster das paixões carnais... Mas o cristianismo é igualmente rico em mandamentos positivos, uma vez que o crente possui a nova vida que é capaz de cumpri-los. Se Deus exige de nós um coração livre de paixões, é porque Ele nos dá um Objeto capaz de satisfazer a esse coração, algo que a lei não podia fazer.
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Cap. 5-11 Esta seção contém o segundo discurso de Moisés, que apresenta uma extensa exposição dos Dez Mandamentos, com exortações à obediência. Faz-se referência especial aos dois primeiros mandamentos.
Cap. 5 Moisés começa o discurso com uma introdução aos Dez Mandamentos (1-5). Então repete os mandamentos (6-21) e explica mais plenamente o que ocorreu no Sinai, após o livramento do povo (22-33).
5.3 Não foi com nossos pais. Isto é: não só com os nossos antepassados, mas também conosco.
5.5 Entre o Senhor e vós. Moisés era mediador e intercessor. Cf. nota sobre 9.25.
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5.6 Eu sou. É a natureza revelada de Deus que determina aquilo que Seus servos devem ser. “Sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste”, Nt 5.48.
5.6-21 Constituem-se os Dez Mandamentos, no âmago da Lei e a base da Aliança de Deus com Israel. Os capítulos 12-26 pode-se considerar uma aplicação pormenorizada dos princípios que contêm para a vida do povo em Canaã... A diferença entre os mandamentos expostos no capítulo 20 de Êxodo e os do presente capítulo de Deuteronômio leva a supor que as “palavras” originais não passam de simples frases como esta: “Honra a teu pai e a tua mãe(16). As palavras que seguem eram apenas um comentário, mais ou menos desenvolvidos. Os Dez Mandamentos são sem paralelo em muitas coisas, e foram um sumário completo da Lei de Deus (Cf nota sobre 4.8). A forma pela qual o decálogo é apresentado no Antigo Testamento, porém, mostra que era aplicado em termos próprios para a era mosaica. (Cf notas sobre 12-15 e 16). O decálogo é chamado de “a aliança” (4.13; 9.9), e como tal se refere a Israel, o povo do pacto.
5.7 Outros deuses. Na derrota do Faraó e de todos os mágicos do Egito, Deus já revelara plenamente que, embora haja ídolos e crendices numerosos no mundo, esses “deuses” não têm existência real, que se possa revelar pela atuação. Esta demonstração (4.32-35) é a maior autoridade para se exigir obediência aos Mandamentos. Mt 11.28-30; Jo 14.15.
5.10 Guardar os mandamentos de Deus não deve ser considerado um fardo pesado para pessoas religiosas carregarem, mas sim, pura e simplesmente, a expressão alegre e abençoada de amor a Deus.
5.11 O nome do Senhor. No pensamento hebraico, o nome (heb shem) liga-se intimamente à pessoa; umas vezes indica o seu caráter (cf Ex 3.13; Mt 1.21), e outras, a posição que ocupa (Ex 23.21).
5.12-15 A principal diferença entre as duas apresentações dos Dez Mandamentos reside na razões dadas para a observação do sábado (Ex 20.11; Dt 5.15). A palavra “sábado” tem raiz no termo hebraico shãbhat, que quer dizer “cessar, desistir”. Esta palavra estava associada ao sétimo dia antes mesmo da legislação do Sinai (cf Êx 16.26). A referência específica ao sétimo dia não aparece no próprio mandamento sobre o sábado (Dt 5.12), mas no comentário que se segue (cf 16n). Não há razão lingüística pela qual a palavra “sábado” não pudesse ser também aplicada a um dia de descanso no princípio da semana. A mudança do descanso sabático do sétimo para o primeiro dia é o cumprimento do princípio moral do sábado. O sábado do sétimo dia comemorava a obra da criação divina (Ê 20.11) e a redenção (Dt 5.15). O sábado do primeiro dia pode ser reputado como comemoração da nova obra da criação divina (2ª Co 5.17; Ef 2.10) e a redenção espiritual (Tt 2.14). A ressurreição de Jesus assinalou o clímax de Sua obra redentora (Rm 4.15; 1Pe 1.3) e parece certo que os cristãos primitivos começaram reunindo-se no primeiro dia da semana em comemoração a esse grande acontecimento. Cristo chamou-se Senhor do sábado (Mc 2.28) e o primeiro dia da semana ficou depois conhecido com Dia do Senhor (Ap 1.10). Desde então o sábado do primeiro dia tem sido aceito pela vasta maioria dos cristãos.
5.16 Na terra que... te dá. É uma referência específica a Canaã e mostra que os comentários ligados aos mandamentos não se aplicam, necessariamente, de modo literal ao cristão (cf 4.5n, 4.8n). O principio m oral básico, porém ainda é válido, cf Ef 6.3.
5.17 Não matarás. Este mandamento proíbe o homicídio. Outras escrituras deixam perfeitamente claro que se relaciona tanto ao desejo íntimo como à conduta externa. Ler
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