sexta-feira, 4 de abril de 2008

ESTUDO NO LIVRO DE LEVÍTICO CAPA

LEVÍTICO

MEDITAÇÕES E ESTUDOS

Tendo como base as

mensagens encontradas nas

páginas abençoadas de

BOA SEMENTE

Com comentários extraídos das obras:

Bíblia de Shedd

Novo Comentário da Bíblia

Pequena Enciclopédia Bíblica

Comentário Bíblico d Moody

Compilado por

DILMAR J. L. PEREIRA.

Rio de Janeiro - 2007

ESTUDO NO LIVRO DE LEVÍTICO ANÁLISE A

O Terceiro Livro de Moisés Chamado

Levítico

Análise

Conforme é indicado no seu nome, “Levítico”, esse terceiro livro de Moisés salienta a função dos sacerdotes de Israel, aqueles membros da tribo de Levi que Deus escolheu para servir em Seu santuário (Dt. 10.8). Muitos cristãos, por causa disso, imaginam que Levítico é uma espécie de Manual técnico que fornecia orientação aos sacerdotes antigos sobre os detalhes de cerimônias que não são mais observadas pelo povo de Deus; em resultado disso, o livro de Levítico é atualmente a porção menos apreciada do Pentateuco. Na realidade, porém, sua mensagem era originalmente dirigida a todos os crentes (Lv 1.2), e suas verdades continuam revestidas de significação primária para o povo de Deus. Pois o livro de Levítico constitui a primeira revelação detalhada acerca do vigoroso tema do Grande Livro como um todo, a saber, do modo pelo qual Deus restaura a Si mesmo homens perdidos. Tanto a atividade redentora de Deus como a resposta da apropriação que se espera da parte do homem são sumariadas no versículo chave, “Ser-me-eis santos, porque eu, o Senhor, sou santo, e separei-vos dos povos, para serdes meus(20.26).

A fim de obter a salvação e de restaurar o homem do seu Criador, tornava-se necessário prover um meio de acesso a Deus. A primeira metade de Levítico (caps.1-16), assim sendo, apresenta uma série de ações religiosas que pinta o caminho através do qual Deus redime os perdidos, separando-os de seus pecados e das conseqüências destes. Os diversos sacrifícios (caps 1-7) eram antecipação da morte de Cristo no Calvário, onde o Impecável sofreu a ira de Deus em nosso lugar, afim de que pudéssemos ser resgatados de nossa culpa (2 Co 5.21; Mc 10.45). Os sacerdotes Levítico (caps 8-10), portanto, prefiguravam o fiel serviço de Cristo ao fazer reconciliação no tocante aos pecados do povo (Hb 2.17). As leis sobre higiene (caps 11-15) serviam de lembretes constantes do arrependimento e da separação das impurezas que devem caracterizar os remidos (Lc 13.5); enquanto o grande dia do culto expiatório (Lv 16) proclamava o perdão de Deus àqueles que se humilhassem em confiante entrega ao Cristo, que ainda haveria de prover acesso ao próprio céu (Hb 9.14).

Porém, a salvação não consiste meramente na separação do que é errado; envolve uma união positiva com aquilo que é correto. Por isso é que a segunda metade de Levítico (caps 17-27) apresenta uma série de padrões práticos aos quais os homens precisam moldar-se vivendo em santidade. Isso inclui expressões de devoção em questões cerimoniais (cap 17) e de adoração (caps 23-25), porém, centraliza sua atenção em questões que envolvem a conduta diária (caps 18-22). O próprio Cristo sintetizou a lei divina (Mt 22.37-40), ao falar de um amor de todo o coração, a Deus, e ao citar um trecho dessa seção de Levítico, “... amarás o teu próximo como a ti mesmo...” (19.18).

Assim sendo, o livro de Levítico existe primariamente como uma legislação proferida por Deus: “Chamou o Senhor a Moisés e... lhe disse: Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes...” (1.1.2). As duas narrativas históricas (caps 8-10 e 24.10-23) servem de pano de fundo para as questões legislativas; e a única outra variação quanto à forma, o sermão,

final e exortativo de Moisés (cap 26), ainda é seguida por um apêndice de lei que regulam

questões que em si mesmas não são obrigatórias (cap 27).

ESTUDO NO LIVRO DE LEVÍTICO ANÁLISE B

Autor

Em mais de 50 pontos, em seus 27 capítulos, o livro de Levítico afirma compor-se das palavras que Deus dirigiu a Moisés. O Novo testamento, igualmente, introduz uma citação tirada do livro quando diz: “ora.Moisés escreveu...”(M 10.5). Os críticos que relegam o livro de Levítico a um milênio depois de Moisés, fazem-no às expensas da integridade da evidência bíblica. As Escrituras descrevem o livro de Levítico como obra que foi transmitida a Israel logo depois que os israelitas foram adotados como povo com quem Deus fez aliança (Ex 19.5). Foram-lhes dada a lei moral básica, o Decálogo (Ex 20), e a presença de Deus havia prometido (Ex. 25.22), para servir de guia para a vida e adoração perante Ele. Sua legislação e acontecimentos relatados cobrem algumas poucas semanas vividas pelo povo, desde a construção do tabernáculo por Moisés (Ex 20.17) até à partida de Israel do monte Sinai, menos de dois meses mais tarde (Nm 10.11), em maio de 1445 aC.; conforme a data atribuída pela maioria dos eruditos evangélicos.

Esboço

O CAMINHO DE ACESSO A DEUS, 1.1-16.34

A Propiciação da Ira de Deus: Sacrifício, 1.1-7.38

Com Devoção de Todo o coração: Ofertas Queimadas, 1.1-17;6.8-13

Com Labor Consagrado: Ofertas de Manjares, 2.1-16; 6.14-23

Com Comunhão Reconciliada: Oferta Pacífica, 3.1-17;7.11-34

Com Castigo Vicário: Oferta pelo Pecado, 4.1-5.13; 6.24-30

Com Reparação Justa: Oferta pela Transgressão, 5.14 – 6.7; 71-10

A Intercessão pelo Ministério de Deus: Sacerdócio 8.1 – 10.20

Preparando os Ministros: Ordenação Araônica 8.1 -36

Inaugurando o Ministério: Dedicação do Tabernáculo, 9.1-24

Disciplinando contra o Sacrilégio: Nada a Abiu, 10.1 20

A Purificação do Povo de Deus: Higiene, 11.1 – 15.33

Do que é Repulsivo na Natureza: Animais, 11.1 – 47

De Depravação Congênita: Nascimento, 12. 1-8

Da Corrupção Corporal: Lepra, 13.1 – 14 57

Da Poluição Sexual: Emissões, 15.1 -33

A Realização da Reconciliação: Dia da Expiação, 16.1 -24

O MODO DE VIVER PARA DEUS: Santidade, 17.1 -27.34

O Padrão Cerimonial: Reverência pelo sangue, 17.1-16

O Padrão Moral: Conduta Ética, 18.1-36

Pureza na família: oral sexual, 18.1-36

A Conduta Agradável ao Senhor; Ética Geral, 19.1-37

Punição contra Violação Sanções, 20 1-2

O Ministério sem Repreensão: Padrão Sacerdotal, 21.1 – 23.33

O Padrão Devocional: Adoração Regular, 23.1 – 25.55

Tempo Disciplinado para Deus: Festas 23.1-44

A Ordem no Santuário: adoração no Tabernáculo, 24.1-9

A Reverência pelo Nome de Deus: Blasfêmia, 24.10-23

Extensão do Sábado: Ano Sabático, 25. 1-55

O Apelo Final: Exortação, 26.1-46

Apêndice sobre Votos Voluntários Devocional, 27.1-34

ESTUDO NO LIVRO DE LEVÍTICO PAG.1

MEDITAÇÕES SOBRE O LIVRO DE LEVÍTICO

Texto áureo: Cristo...pelo espírito eterno, se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus

(Hebreus 9:14).

Leia Levítico 1:1-17

Levítico é um livro fechado para quem não possui a “chave” divina: Cristo, a quem encontramos aqui em todos os aspectos de Seu sacrifício e sacerdócio. Para o crente, existe um único sacrifício oferecido de uma vez por todas, plenamente suficiente (Hebreus 10:10) Mas ao descrevê-Lo em todas as Suas diferentes características, o Espírito de Deus nos dá várias figuras, complementares umas às outras.

O Holocausto é mencionado em primeiro lugar porque representa a parte de Deus na obra de Cristo. É expressa no Novo Testamento em passagens como João 10:17; Efésios 5:2; Filipenses 2:8. Caros amigos cristãos, quando pensamos na cruz, ao invés de contemplarmos a nossa salvação, primeiro consideremos a satisfação que Deus encontrou na Pessoa e obra de Seu Santo Filho.

Três tipos de vítimas poderiam ser apresentadas para essa oferta. Algumas diferenças eram evidentes na maneira de ofertá-las. Por exemplo, apenas as ofertas de animais eram cortadas em pedaços e colocadas sobre o altar. Mas em cada caso, subia um “aroma agradável ao Senhor”. Tal foi o efeito do fogo do julgamento que recaiu sobre a santa Vítima na cruz: expôs, nos menores detalhes, a excelência da oferta “sem mácula” (Hebreus 9:14).

COMENTÁRIOS

1.1 Antes, Deus falara do monte Sinai, não permitindo que ninguém se aproximasse; agora fala da tenda da congregação, as nuvem sobre o propiciatório no Santo dos Santos, deixando o adorador se aproximar dEle por intermédio das ofertas.

1.2 Oferta. Descrevem-se cinco tipos: 1) O holocausto; 2) A oferta de manjares; 3) A oferta pacífica; 4) Pelo pecado; 5) Pela culpa. Quem busca a Deus há de começar com a quinta oferta da escala, que é uma oferta compulsória por causa da maldade humana; só depois de se seguir o caminho prescrito para obter a comunhão com Deus, que pode haver oferta voluntária e espontânea, especialmente a primeira da escala, um holocausto “de aroma agradável ao Senhor” (veja 1.17 N.Hom). Todas as ofertas tinham algo em comum e simbolizavam alguns aspectos da vida e do sacrifício de Jesus Cristo.

1.17 Holocausto. Heb ´olah, cujo significado básico é de fazer subir em fumaça, uma oferta total da qual os demais sacrifícios são apenas modificações. Nossa palavra “Holocausto” significa “totalmente queimado”. Esta oferta significa a dedicação completa a Deus daquele que a oferecia, e tipifica Jesus Cristo, ao se oferecer imaculado a Deus, para fazer Seu inteiro agrado, Hb 9.14; Fp 2.6-8. Na seleção da vítima, tanto o rico como o pobre podia trazer um oferta aceitável fosse um novilho, ou fosse uma rola. O macho sem defeito, v.3, representa Cristo na sua perfeição (Hb.9.14; 1Pe 1.19). O sacrifício se oferecia no altar do Holocausto, à porta do Tabernáculo, v 3 com Ex 40.6, depois de o ofertante se identificar com o animal que o substituiria, aceitando suaposição de pecador pedindo expiação, com

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ESTUDO NOLIVRO DE LEVÍTICO PAG.2

simples gesto de pôr a mão sobre a cabeça do holocausto. Igualmente, o simples ato de estender a mão da para a pessoa de nosso substituto Jesus Cristo identifica-nos com o Salvador que levou nossos pecados sobre si (2Co 5.21). A morte do animal no lugar do ofertante enfatiza que o salário do pecado é a morte (Rm 6.23). A aspersão do sangue sobre o altar era sinal de que a vida fora oferecida; vinha então a queima da carne. A remissão de pecados vincula-se ao derramamento do sangue (Hb 9. 22). * N. Hom. A expressãoAroma agradável”. Tão comum neste Livro, significa “de boa aceitação” e se aplica sublimemente à ternura do amor de Cristo, que foi ao ponto de Se oferecer como expiação totalmente satisfatória aos olhos de Deus (Ef 5.2). Aplica-se também à vida de amor, de e de dedicação, que os crentes devem viver pelo poder de Cristo (1Pe 2.5), e às ofertas de bondade, amor e colaboração que os irmãos em Cristo dão em prol dos homens e da Obra (Fp 4.18).

Texto áureo: Todavia, ao SENHOR agradou o moê-lo (Isaías 53:10).

Leia Levítico 2: 1-16.

Se o holocausto nos traz à mente o aroma agradável de Cristo em sua morte, a oferta de manjares (ou farinha) corresponde à perfeição de Sua vida como homem sobre a terra. De fato, essa oferta não requeria nem vítima nem sangue, mas apenas farinha, azeite, incenso e sal. A humanidade do Senhor corresponde aos grãos de espigas finamente moídos; Seu nascimento e batismo no Espírito Santo ao ser esmagado e ungido com óleo; Sua provação pelo sofrimento tanto de forma visível ou de forma oculta, através do calor da frigideira, da assadeira ou do forno. Essas coisas eram para o Pai um perfume de inestimável valor. Na adoração o crente apresenta a Deus essa perfeita vida de Jesus e extrai dela seu próprio alimento. Consideremos esse maravilhoso Homem nos evangelhos. Sua dependência Sua paciência, Sua confiança em Deus, sua submissão, sua sabedoria, Sua bondade e sua devoção - tudo isso não mudou apesar de todos os Seus sofrimento. Esses são alguns dos maravilhosos pensamentos que vêm até nós na oferta de flor de farinha misturada com incenso. É “cousa santíssima” (vv. 3,10). Não se misturava fermento, figura do pecado, nem mel, símbolo das afeições humanas. Em, contraste, o sal, uma figura da consagração a Deus, que preserva da corrupção, marcou a vida de Jesus e jamais deveria faltar em nossa vida (Marcos 9: 50; Colossenses 4: 6).

COMENTÁRIOS

2.1 Manjares. Heb. minhah. Uma oferta de homenagem, que significava uma promessa de leal obediência a Deus. A menor dessas ofertas de cereais compunha-se de uma dúzia do efa, ou seja, 2,2 litros,

2.2 Incenso. Um perfume caro, a resina amarela, pálida e leitosa de certo arbusto; chamado lebhonah, “brancura” em hebraico.

2.3 Santíssima A palavra se aplica a todas as ofertas sacrificadas que se dedicam inteiramente a Deus (mesmo quando os sacerdotes os sacerdotes participa da carne, que a lei de Deus determina para seu sustento).

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ESTUDO NO LIVRO DE LEVÍTICO PAG. 3

2.13 Sal. Significava um pacto incorrupto, que não se podia violar.

2.14 Espigas verdes. Colhidas no campo antes de amadurecer; até hoje se tostam ao fogo, para depois. Para depois retirar os grãos.

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Texto áureo: A nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo

(1 João 1.3).

Leia Levítico 3:1-17

O sacrifício pacífico representa ainda a mesma obra de Cristo. Mas, desta vez, é vista sob o aspecto da comunhão, alegria e paz que produz. O Senhor Jesus não veio apenas para glorificar o Pai em Sua vida (a oferta de manjares), em Sua morte (o holocausto), e para expiar nossos pecados ( o sacrifício do capítulo 4). Ele também veio nos introduzir em um novo relacionamento de comunhão com Deus. Nosso querido Salvador não Se contentou em nos livrar do julgamento eterno. Ele queria nos fazer felizes agora e para sempre. Como nos outros sacrifícios, a gordura é reservada para Deus e queimada sobre o altar. É o símbolo da energia interior, da vontade que o coração governa. No Senhor Jesus essa energia foi inteiramente consagrada a Deus. A energia dEle era sempre para fazer aquilo que agradava a Seu Pai (João 6:33; 8:29). Tal sacrifício somente poderia ser um aroma infinitamente agradável ao Senhor (vv. 5,16). Que privilégio para aqueles entre nós que conhecem ao Senhor Jesus, termos o mesmo “alimento” que o Pai (vv. 11,16), sermos convidados à Sua mesa para compartilhar de sua alegria e pensamentos sobre Seu amado filho! “Ora, a nossa comunhão”, diz o apóstolo João, “é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo” (1 João 1:3).

COMENTÁRIOS

3.1 Ofertas pacíficas. Heb shekem, da raiz traduzida “paz”, “saúde” e “inteiro”. Falavam de inteira dedicação da parte do ofertante, e da paz com Deus a quem As oferecem. As gorduras, somente, eram queimadas, e as carnes eram consumidas pelos sacerdotes e pelo povo, numa ceia de aliança solene, à qual os pobres eram convidados ( Dt 12.18), que prenunciava a paz que seria trazida aos homens pela obra de Cristo (Cl 1.10), e comemorada na Ceia do Senhor (1 Co 10.16).

3.9 Pacífico. A palavra também significa saúde e prosperidade, alguma coisa inteira e íntegra (2Cr 16.9n). Caudas. As ovelhas da Palestina possuem caudas grandes e gordurosas, que são consideradas uma grande delícia no Oriente. Nota geral sobre o sacrifício: quando os sacrifícios eram oferecidos em conjunto, apareciam na seguinte ordem: 1) Oferta pelo pecado, que ensinava a necessidade da propiciação e da expiação, as quais são simbolicamente efetuadas por esse tipo de sacrifício. 2) A oferta queimada e o holocausto, que representavam a entrega da vontade do homem à vontade de Deus. 3) A oferta de cereais era um oferta de homenagem, declarando a leal submissão do ofertante. 4) A oferta pacífica simbolizava a alegria festiva que invade a alma daqueles que estão em comunhão com Deus.


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ESTUDO NO LIVRO DE LEVÍTICO PAG. 4

Texto áureo: Jesus para santificar o povo pelo seu próprio sangue, padeceu fora da porta

(Hebreus 13:12).

Leia Levítico 4:1-12

A oferta pelo pecado finaliza a lista das santas ofertas. O primeiro lugar foi atribuído ao holocausto: o aspecto na obra de Cristo que toca a Deus; a última oferta é a que diz respeito às necessidades do pecador. É natural que, sob nossa perspectiva, consideremos tais coisas pela ordem inversa. Antes de termos condição de conhecer e experimentar a paz e a alegria proporcionadas pelo sacrifício pacífico-antes de compreender o que o Senhor Jesus foi para Deus em Sua vida e em sua morte -, devemos nos ocupar com Aquele que sofreu e morreu na cruz para expiar nossos pecados. O sangue era levado para dentro do tabernáculo como se fosse uma confirmação, para Deus, da obra realizada e, para o pecador, da garantia de Sua aceitação. A gordura era queimada no altar, um sinal da satisfação de Deus com a obediência da vítima. Por fim os corpos dos animais oferecidos pelo pecado eram queimados fora do acampamento, enquanto a carne do holocausto era queimada no altar, e a do sacrifício pacífico era comida por aquele que o oferecia. Por causa dos nossos pecados que Ele tomou sobre si, o Senhor Jesus “sofreu fora da porta”( Hebreus 13.12), longe da presença do Deus santo. A expressão “queimar” alude ao intenso ardor do juízo que consumiu o nosso perfeito Sacrifício (Hebreus 13.11)

COMENTÁRIOS

4.1 – 35 Oferta pelo pecado. Este tipo de sacrifício era necessário para expiar pecados específicos. O grau da culpa e a qualidade da oferta variavam de acordo com a posição e a responsabilidade do pecador. O pecado do sumo sacerdote era p mais grave, porque era ele quem representava a nação inteira. O atual que se requeria era igual, para o sacerdote e para o povo, no tocante ao touro (“novilho”) que se oferecia em ambos os casos mas havia uma diferença quando se comparava o mesmo com o dos holocaustos, sendo que o sacrifício pelo pecado incluía o ato de pôr uma parte do sangue da oferta diante do véu do santuário; a gordura era queimada no altar, mas o resto era queimado fora do arraial. Isto prefigurava a crucificação de Cristo fora da cidade de Jerusalém (Hb 13.12). A justiça de Deus requeria o castigo pelos pecados. Cristo levou esta culpa sobre Si na cruz. Agora Deus perdoa aqueles que, pela fé, aceitam o sacrifício que Cristo sofreu por eles (Is 53.6-7; 1Pe 2.24; Rm 3.23,26).

4.2 Ignorância. Esta palavra não se refere aos pecados dos insolentes e arrogantes, para os quais nenhuma expiação poderia ser feita. A pena imposta era morte (Nm 15.30,31; Hb 5.2). O próprio fato de se exigir a expiação pelos pecados da ignorância demonstra que a ignorância não é uma desculpa adequada para a violação das leis de Deus. Ordena-se aos crentes que estudem as Escrituras (2 Tm 2.15), e não se oferece nenhuma desculpa aos que se recusam a se instruir nos mandamentos de Deus. Tal fato é um pecado de omissão que precisa ser confessado, perdoado e abandonado (1João 1.9).

4.3-27 Quatro classes de pecadores são enumeradas neste trecho: 1) Os sacerdotes, v 3; 2) A congregação, v 13; 3) o príncipe, v 22; 4) Os simples indivíduos de entre o povo, v 27.*N. Hom. O sangue do novilho era sinal visível de sua morte, assim como o sangue de

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ESTUDO NO LIVRO DE LEVÍTICO PAG. 5

Cristo representa Sua morte expiatória, que nos purifica de todo o pecado (1 Jo 1.7) e nos aproxima de Deus (Ef 2.13). O apresentar o sangue perante o santuário m ostra que é preciso prestar contas ao próprio Deus por todos os pecados cometidos.

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Texto áureo: Quem pode entender os próprios erro? Expurga-me tu dos que me são ocultos (Salmo 19:12).

Leia Levítico 4: 13-26

Muitas pessoas não se julgam culpadas de suas faltas inconscientes; apóiam-se no princípio de que Deus não pode reprová-las por sua ignorância e levará em consideração as “boas intenções” delas. Que ilusão! Se Deus providencio um sacrifício pelos pecados cometidos “ por ignorância”, isso é uma prova que o pecador, mesmo na ignorância, é culpado diante dEle. Além disso, as nossas leis têm a mesma froça; a ignorância não é uma desculpa. Uma infração à lei, ainda que não intencional, me torna sujeito a u processo. Aos olhos de um Deus Santo, o pecado, uma vez cometido, permanece; de forma alguma é justificado pela minha falta de interesse em relação a ele. Mas aprendi que, para cada pecado, se há condenação, há também sacrifício. Foi necessário nada menos que a infinitamente profunda obra da cruz para eliminar a infinitamente profunda ofensa feita a Deus pelos meus pecados, intencionais ou não, eu me lembro deles ou os tenha esquecido há muito tempo.

Ao colocar a mão na cabeça da vitima. aquele que oferecia fazia com que sua pecados passassem para ela. Ele reconhecia que era culpado e teria de morrer. O animal que estava sendo oferecido tomava o, lugar de quem oferecia, carregando o pecado e morrendo por ele. Foi isso o que o Senhor Jesus, nosso perfeito Substituto, fez.

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4.17 O dedo no sangue. Notem-se os lugares onde o sangue devia ser aplicado: 1) Nas pontas do altar de incenso, 7; 2) Na base do altar do holocausto, 7; 3) Diante do véu, 17; 4) Nas pontas do altar do holocausto, 30; 5) Ao redor do altar e sobre o altar, 1.5,11; 3.2; 6) Sobre a parede do altar, 5.9; 7) No santuário, 6.30; 8) Na ponta da orelha direita do sacerdote, 8.23 – 24; 9) No polegar da mão direita do sacerdote, 8. 23-24; 10) No polegar do direito do sacerdote, 8.23; 11) Nas casas, 14.51 -53; 12) Na ponta da orelha direita das pessoas que queriam se purificar, 14.25-28; 13) Sobre o polegar da mão direita da pessoa que queria se purificar, 14.25,28; 14) Sobre o polegar do direito da pessoa que queria se purificar; 15 Sobre a frente do propiciatório, 16.14-15; 16) Perante o Tabernáculo, Nm 6.8; 17) Sobre o povo. Ex 24.6-8; 18) Sobre o Livro da aliança Ex 24.6-8; 19) Sobre os sacerdotes,Ex 29.21; 20) Sobre as vestes dos sacerdotes, Ex 29.21.

4.20 Expiação. Da raiz hebraica kipper cobrir”. O pecado, com a sua culpa e o seu castigo, é apagado por um ato específico: a morte. Mas Deus permitiu a morte substitutiva de um animal, o qual tipificava o sacrifício de Cristo, o único que apaga as conseqüências eternas do pecado.

4.22 Pecar. Ver também 2, 132 e 17. Em contraste com o holocausto, que não tinha liga--

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ESTUDO NO LIVRO DE LEVITICO PAG.6

ções específicas com transgressões individuais, e simbolizava uma aproximação ao Deus Santo, dando ao pecador a expiação por pecados específicos, pelos quais esses sacrifícios ofereciam uma “cobertura”, perdoando-se assim o pecado. Dois tipos de pecado se definem nesta Lei: 1) Os pecados da ignorância, 5,5-18; Nm 15.22-29, praticados na ignorância, sem saber aquilo que a Lei exigia, ou ainda, praticados Acidentalmente, mesmo quando se sabia que eram pecados, Dt 19.4; 2) Os pecados atrevidos, Ex 21.14; Nm 15.30; Dt 1.43, 17.12-13, 18.20-22; Sl 19.13; 2Pe 2.10. Tais pecados se cometiam deliberada, premeditada e obstinadamente, 24.11-16; Hb 10.26-31. Nota geral: em todos esses sacrifícios, notam-se duas classes os de “aroma agradável” e os demais. A expressãoaroma agradável” se aplicava somente aos três primeiros tipos de sacrifícios: os holocaustos, cap 1, as ofertas de manjares, cap 2, e os sacrifícios pacíficos, cap 3. Estes três tipos de ofertas voluntárias, prenunciavam a absoluta e bendita perfeição do sacrifício de Cristo, em aroma aceitável a Deus, Ef 5.2. Os demais sacrifícios eram os que se ofereciam pelo pecado e pelo sacrilégio, nosso quais Cristo era prefigurado como Aquele que carrega os pecados do mundo; eram ofertas de expiação que, pela sua própria existência, condenavam o pecadonão que Deus tenha prazer na condenação. As ofertas de aroma agradável eram voluntárias, e as ofertas pelo pecado eram compulsórias. * N. Hom. A confissão dos pecados é uma parte essencial de uma vida de retidão, e Deus a exige de todos aqueles que pecaram, 5.5; Os 5.15. Sem confissão dos pecados, precedida pelo arrependimento, apela-se em vão ao sacrifício de sangue. Da mesma maneira, o NT ordena aos homens que confessem seus pecados (Tg 5.16), oferecendo, ao mesmo tempo, a certeza do perdão e purificação, 1 Jo 1.9; Sl 32.5. A verdadeira confissão de pecados inclui, entre outras coisas: 1) A tristeza religiosa por causa do pecado cometido, Sl 38.18; 2) A Humilhação, Jr 3.25; 3) A oração pelo perdão Sl 51.1; 4) A restituição dos danos causados. Nm 5.6; 5) 5) A humilde aceitação divina aplicada na forma de um castigo, Ed 9.13; Ne 9.33; 6) O abandono daquele pecado Lc 19.1-10; Lv 15.11-32.

Texto áureo: Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus

(Romanos 3:23)

Leia Levítico 4: 27-35

Pelo seu próprio pecado, um sacerdote ungido tinha de oferecer um novilho (v.3), o príncipe tinha de oferecer um bode (vv.22-23), e qualquer pessoa do povo, apenas uma cabra ou cordeira (vv. 28,32). Aqueles que devem dar o exemplo têm uma responsabilidade muito maior, refletida na importância do animal oferecido. Mesa diante de Deus todos pecaram e carecem de Sua glória (Romanos 3: 22-23). Quer estejam no topo ou na base da escala social, honrados ou desprezados pelos seus contemporâneos, quer sejam malfeitores ou pessoas de bem, todos se incluem em uma classe: todos são pecadores perdidos. No entanto, em Sua insondável misericórdia, Deus criou uma nova categoria: a dos pecadores perdidos. No entanto, em Sua insondável misericórdia, Deus criou uma nova categoria: a dos pecadores perdoados. Ele encerrou a todos na desobediência, a fim de usar de misericórdia para com todos (Romanos 11: 32).

Vamos enfatizar as expressões dos versículos 23 e 28: “ ou se o pecado em que ele caiu lhe for notificado”. Isso é uma alusão ao nobre serviço chamado “Lavagem, dos pés

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ESTUDO NO LIVRO DE LEVÍTICO PAG. 7

,que consiste em ajudar outros crente a descobrir e julgar suas faltas (João 13: 14).

va categoria: a dos pecadores perdoados. Ele encerrou a todos na desobediência, a fim de usar de misericórdia para com todos (Romanos 11:32).

Vamos enfatizar as expressões dos versículos 23 e 28: “ou se o pecado em que ele caiu lhe for notificado”. Isso é uma alusão ao nobre serviço chamado “Lavagem, dos pés”, que consiste em ajudar outro crente a descobrir e julgar suas faltas (João 13:14).

“No tocante ao seu pecado, e este lhe será perdoado”; isso é dito ao final de cada um desses parágrafos – a divina resposta que Deus pode dizer para todo pecador arrependido, pela virtude da obra de Seu amado filho!

COMENTÁRIOS

Comentário Bíblico de MOODY : 4.27 Se qualquer pessoa do povo da terra pecar. O cidadão particularmente era responsável diante de Deus. Ele não podia se esconder no grupo e fingir inocência. Ele devia trazer uma cabra ou ovelha. O ritual era o mesmo do príncipe.

O saudoso Pastor ANTONIO NEVES DE MESQUITA , em seu livro Estudo no Livro de Levito página 70 diz:

-“ 4) Sacrifício pelo pecado da plebe (vv.27-35) - a) A oferta . Convém acentuar que, se a ninguém é dado viver sem pedado, também ninguém precisa viver sem perdão. Se um sacerdote pecasse, teria o remédio no sacrifício do bode; se um homem ou mulher do povo, teria a sacrifício de uma cabra ou cordeira. Era sacrifício mais barato, mas tinha os mesmos efeitos expiatórios. Entre o povo, a quem foram dadas as ordenanças, não seria fácil encontrar uma pessoa que não tivesse à mão um dêstes animais, ainda que fosse preciso recebê-lo de alguém. Diante de Deus, só vive em pecado que quer, porque o seu amor não conhece pessoas nem meios. Para todos há a mesma aceitação. Em Cristo, nós sabemos que não judeu nem grego, chinês ou croata. Todos são pecadores, e todos têm a mesma necessidade e o mesmo privilégio de salvação. Já era assim nos velhos tempos, dentro das fronteiras israelitas. O pobre como o rico podiam viver em comunhão com Deus e para todos eram facilitados os meios da graça.

b) O ritual. Nãodiferença entre o ritual da oferta do pobre e s do rico.....

O pecador em ato seria motivo de contínuo ritual e sacrifício, pois que a consciência de cada falta levaria o penitente a buscar o Tabernáculo para expiar a culpa. Era o sacrifício de cada hora e cada momento. Seria um testemunho ininterrupto da existência do pecado e do perdão para ele . Podemos imaginar a romaria que seria feita diariamente para a tenda, cada qual com a sua vítima para o sacrifício. Cada qual confes- sava sua culpa e para cada um havia o mesmo perdão. Sem dúvida alguma, a coisa mais digna de nota no mundo e também, a mais certa é o pecado e os seus efeitos. Hoje, que gozamos de perdão completo em Cristo, não se nos oferece o ensejo de caminharmos para um lugar em busca de iniciação, mas nem por isso devemos deixar de confessar de contínuo o nossa pecado e de dar testemunho de nossa redenção.

Texto áureo: Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça (1 João 1:9)

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ESTUDO NO LIVRO DE LEVÍTICO PAG.9

Leia Levítico 5:1-13)

Os versículos 1 a 4 nos dão vários exemplos de faltas que têm de se expiadas mediante sacrifícios. São ações cuja seriedade talvez nem perceberíamos se a Palavra, a divina pedra de toque de nossa consciência, não as condenasse: encobrir evidências, ter contato rápido com algo que é impuro, proferir palavras impensadas. Alguém pode ser culpado de se manter em silêncio (v.1) ou, pelo contrário, de falar demais (v4). Em todos esses casos, a confissão era exigida (v.5), seguida de sacrifício (.6). Este ainda é o caminho que 1 João 1:9 impõe ao crente que peca, com a diferença de que o sacrifício não precisa ser oferecido uma segunda vez. O sangue de Jesus Cristo já foi derramado por nós diante de Deus, portanto agora somente a confissão é necessária; Deus é “fel e justo para nos perdoar de toda injustiça”. Os versículos 7 e 13 tratam da diferença nos recursos dos que traziam suas ofertas. Um oferecia uma cordeira, outro oferecia dois pombinhos e um terceiro apenas uma porção de farinha. Nem todos são capazes de apreciar a extensão da obra de Cristo com a mesma profundidade. Mas o que importa é o verdadeiro valor que tal obra tem para Deus.

COMENTÁRIOS

CONTINUEMOS COM O PASTOR ANTONIO NEVES DE MESQUITA DE SAUDOSA MEMÓRIA, GRANDE MESTRE, PASTOR E AMIGO DE SUAS OVELHAS.

SACRIFÍCIO DE TRANSGRESSÃO OU REPARAÇÃO ( Levítico . 5:1-19 e 6:1-7)

No capítulo anterior, Moisés, a mando de Jeová, estabeleceu as bases do sacrifício pelo pecado contra Deus, quer fosse praticado pelo sacerdote, pelo príncipe, pela congregação ou pelo indivíduo. Neste capítulo continuando o doutrinamento da congregação israelita, aparece nova modalidade de pecado e sua conseqüente forma de expiação. Podemos chamá-lo de pecado de conduta ou relação entre os indivíduos, portanto, de ofensas pessoais, com o seu inevitável reflexo religioso, e, da mesma forma, contra Deus, pois que todo pecado ou falta é, em última análise, ofensa contra a divindade.

O vocábulo transgressão, no hebraico, significa “passar além dos limites, transgredir um preceito, pular uma cerca” etc. É o transpasse contra preceitos estabelecidos, sejam de ordem divina ou humana; é a falta do cumprimento exato de nossos deveres e a relação sociais; é a anarquia estabelecida entre os homens, com o desrespeito aos haveres materiais dos indivíduos, ao nome à honra; é a usura ou roubo legalizado; é, enfim, toda essa corte de delitos, nem sempre previstos nas leis ordinárias dos povos civilizados. Daí, não somente o reconhecimento de tais deveres de respeito, como a compensação, em caso de falta.

Nossas responsabilidades são duplas, em qualquer caso: de um lado, Deus, Santo e Cristo, requerendo de suas criaturas racionais a devida compostura em todas as modalidades da vida; do outro, o nosso semelhante, igual a nós irmão de raça, a quem devemos o respeito que exigimos para nós. Em tudo devemos viver de face virada para Deus e para o próximo. Como, porém, a natureza humana está corrompida e de modo tal que é difícil encontrar ações lisas e honestas, nessa babilônia de relações. Humanas, sem

ofensa para Deus ou para o próximo, Deus ensinou se povo a fazer reparo da falta cometi-

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